segunda-feira, 9 de março de 2009

Sò de Passagem


Só de Passagem


Como um rascunho, e sem intenção de passar a limpo à história de uma cidade. É por meio de sua arquitetura que notamos uma grande expressão artística herdada pelos Europeus que aqui passaram e fixaram suas heranças e costumes.
O pintor francês Armand Julien Palliere, que de passagem por Taubaté no ano de 1821, desenhou a primeira planta da vila de Taubaté que se tem conhecimento, ele também destacou alguns pontos históricos da cidade, fazendo com que o município traçasse essa forma artística que ficou marcada nos dias de hoje.
O fato de Taubaté estar privilegiada geograficamente é o que faz enxergarmos uma característica muito marcante em seu perfil arquitetônico.
De passagem pelo centro da cidade, onde as ruas, até hoje são estreitas e as casas são próxima uma das outras, você se remete ao um passado onde todos os moradores se debruçavam em suas janelas que ficavam todas de frente para a rua, um antigo gesto que ficou marcado por um habito de estar diante de suas casas para ver os viajantes que sempre passavam pro dentro da cidade, fazendo com isso um grande corredor de troca de informação e objetos mais isso é uma outra história.

Portas e janelas que dão de frente para a rua como se fossem, cordialmente recepcionar os visitantes que ali passavam. Muitas dessas casas recebiam um adorno que ficava entre a testeira da casa e janelas, esse detalhe além de diferenciar a fachada, tinha uma posição social marcante na época, os mais antigos diziam que a expressão “sem eira nem beira” parte do princípio, onde quem possuía uma condição financeira mas elevada podia ter eira e beira, assim os menos favorecidos possuíam somente a eira.
Esse pequeno detalhe é lembrado até hoje, em meio às construções modernas e disputando espaço entre grandes marcas e é sutilmente utilizado nos mais atuais modelos arquitetônicos.

Atualmente na cidade de Taubaté, existe um projeto de mapeamento dos monumentos arquitetônicos, que estão sendo gradativamente destruídos pelo o grande avanço imobiliário ou simples fato de esquecimento cultural.
Esquecer um passado que se faz tão presente em nosso dia-a-dia é um atraso e um erro irreparável caso não tenhamos consciência dessa degradação histórica não nos restará mais o elo entre a memória e desenvolvimento


São detalhes como esses que contribui para a nossa história, e enriquecem nossa memória cultural.
Agora não se esqueça, mesmo que seja só de passagem você pode estar nesse momento, diante de uma obra de arte, mesmo sendo aquele sobradinho, tendo ou não eira nem beira é uma obra de Arte.


Emilio Millo

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